Concordo em ser consciente ao escolher em quem votar, pois fazemos parte de um país democrático e o voto é uma forma de exercermos a democracia. No entanto não é motivo para dizer que todas as obrigações devem ser cumpridas somente pelo poder público como foi citado por você anteriormente.
Leia, meu caro! Você conhece o texto "Assembléia de Ratos" ? As fábulas ajudam a educar para a cidadania. Saber as intenções reais de alguém é impossível, mas podemos prevê-las através das atitudes cotidianas. Admiro o atual prefeito de Piatã por muitas de suas ações como prefeito. É alguém que tem atitude própria.
Nunca fiz parte do poder público, nem tenho essa intenção. quero deixar isso claro. Mas sou um cidadão e tenho o direito de expressar a minha opinião.
LEIA!


ASSEMBLEIA DE RATOS

Um gato de nome Faro-Fino deu de fazer tal destroço na rataria duma casa velha que os sobreviventes, sem ânimo de sair das tocas, estavam a ponto de morrer de fome.
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Tornando-se muito sério o caso, resolveram reunir-se em assembleia para o estudo da questão. Aguardaram para isso certa noite em que Faro-Fino andava aos miados pelo telhado, fazendo sonetos à lua.
– Acho – disse um deles – que o meio de nos defendermos de Faro-Fino é lhe atarmos um guizo ao pescoço. Assim que ele se aproxime, o guizo o denuncia e pomo-nos ao fresco do tempo.
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Palmas e bravos saudaram a luminosa ideia. O projeto foi aprovado com delírio. Só votou contra um rato casmurro, que pediu a palavra e disse:
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– Está tudo muito direito. Mas quem vai amarrar o guizo no pescoço de Faro-Fino?
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Silêncio geral. Um desculpou-se por não saber dar nó. Outro, porque não era tolo. Todos, porque não tinham coragem. E a assembleia dissolveu-se no meio de geral consternação.
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Dizer é fácil, fazer é que são elas.

LOBATO, Monteiro